quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Bases do Transformismo - Ocidente e Modenidade


Salve Caríssimos!!!



A pesquisa que faço tem como foco específico fenômenos referentes à nossa cultura, apesar de haver fenômenos semelhantes em outras sociedades, como vimos na postagem sobre transgeneração. Por isso, para maior esclarecimento, preciso delinear as bases que fomentaram a arte transformista no Ocidente, no Brasil e em Porto Alegre.
Mas qual cultura considero exatamente como nossa? Quando falo em uma cultura nossa não o faço somente tendo como referência as especificidades da cultura brasileira (ou as subculturas brasileiras...). Mesmo porquê a cultura de nosso país não é autóctone (original, nativa) e faz parte de um todo maior que comunga muitos elementos culturais com outros países e regiões do planeta que tiveram e/ou têm uma história comum ou que de alguma estiveram ligadas ou em contato. Assim, quando falo em nossa cultura também estou me referindo à Cultura Ocidental.
O Ocidente, para nós cientistas sociais e historiadores, não é somente um lugar geográfico. É muito mais um lugar sociológico e histórico onde se deram e ainda se dão acontecimentos importantíssimos que condicionam(ram) nossas formas de ver, viver, apreender e compreender o mundo.
E o que vem a ser a Cultura Ocidental? Geralmente a relacionamos a uma Europa industrializada e nórdica ou então a algo que nos remeta aos Estados Unidos da América e o conjunto de valores e formas de interpretar e ordenar o mundo proveniente desses países. Entretanto, devemos estar atentos às raízes da Cultura Ocidental. Lembrando das aulas de História, recordaremos facilmente que o berço do Ocidente está na Grécia Antiga e no Império Romano. Foram lá nestas duas civilizações antigas que nasceram as bases de nossa cultura e que ainda nos são caras, tais como a razão, a filosofia, o direito, a democracia, nossa forma de arte, dentre outras. E alguns destes valores greco-romanos foram perpassando a História e atingindo outros povos, através da expansão do Império Romano e destes, depois da formação dos Estados Nacionais europeus, vieram descambar nas Américas. Assim, em termos gerais, Europa (países ao oeste) e Américas (do Norte)formariam o que chamamos de Civilização Ocidental. Esta Civilização é formada por dois troncos culturais distintos: uma germânica e outra latina. A germânica influenciou países como Alemanha, Inglaterra, Holanda, etc. A latina se configurou em países como França, Itália, Portugal e Espanha, dentre outros.
Acontece que em sua formação e história, o tronco latino da Civilização Ocidental recebeu muito mais influências do Oriente do que o nórdico-germânico, através de um contato mais direto pelo comércio no Mar Mediterrâneo, das invasões árabes, do Cristianismo que congrega muitos elementos da religião Judaica e da cultura hebraica, das Navegações Marítimas na Idade Moderna, etc. Muitas dessas influências são oriundas da Ásia (Oriente Próximo) e do norte da África. E entre estas influências, que aqui nos interessam, é exatamente a forma como essas civilizações antigas lidavam com as questões de gênero e que, nós brasileiros, herdamos através dos portugueses, seja pelo viés ibérico, seja pelo viés judaico-cristão (português, no nosso caso). Esta subdivisão da Cultura Ocidental ajuda a explicar porque há diferenças na forma que latino-americanos e habitantes da América anglo-saxônica lidam com as questões de gênero e sexualidade, por exemplo.
Assim, ao colocar conceitos sobre sexo, gênero e identidade, o farei tendo por base como essas questões foram construídas e se constituindo, em termos gerais, dentro do que chamamos Civilização Ocidental e na cultura brasileira de uma forma mais particularizada.
Das várias características que podemos agregar à atual cultura ocidental estão a racionalidade de nosso pensamento, o uso e desenvolvimento de um aparato tecnológico, a força da ciência, os ideais democráticos, a defesa dos direitos humanos e as relações de produção ancoradas num sistema econômico capitalista. Alguns deles ainda são remanescentes dos ideias greco-romanos, outros surgiram e foram ressiginificados a partir de nossa Modernidade.
Aliás, outra categoria de análise importante para apreciarmos a formação e o desenvolvimento desses fenômenos de gênero é justamente a Modernidade. E o que vem a ser a tal Modernidade?
Modernidade é usada para nos referirmos à gênese, o desenvolvimento e a consolidação de vários processos de ordem econômica, social e cultural ocorridos desde o final da Idade Média até os dias atuais. Teve início na Europa mas, atualmente, seus valores se impõem culturalmente a quase totalidade do planeta. Começou com uma gradativa ruptura dos valores tradicionais medievais por meio de um resgate do ideário humanista da civilização greco-romana e da também gradativa ascensão e imposição do ideário liberal capitalista da classe burguesa. É difícil separarmos Modernidade e Civilização Ocidental. E quais são suas características? A civilização greco-romana se esfacelou com a queda do Império e pelas invasões bárbaras, là pelos sèculos V a VI . As populações deixaram as cidades e foram viver nos campos, onde julgavam-se mais protegidas das hordas invasoras e um dos objetivos era tomarem as cidades. Começava a Idade Mèdia, com suas caracterìsticas arcaicas e prè-Modernas. A influência da Igreja Catòlica ainda era muito grande e ela tinha uma influência muito grande nas questôes de gêmero e da sexualidade. Sendo considerado um desvio nessa ordem ou uma anomalia muito grande, quase um pecado. Tida como uma època de trevas para a civilizaçâo ocidental, o mundo ocidental esteve sob o jugo catòlico e qualquer desvio da ordem sexual era tido como anormal e tratado, às vezes, pela inquisiçâo medieval. A homossexulidade jà era muito comum, porèm, ainda era muito restrita. O transformismo , como pràtica, existia, porèm de forma rara, A transgenerâo, era muita rara, porèm existia em alguns pontos isolados, como no Brasil como Luiz Mott jà relatou. Alguns escritores e atè historiadores jà nos relataram dezenas de casos de homossexuais e transgêneros dessa època da història. Alguns casos tornaram-se atè famosos, como por exemplo, a amante do compositor Ferederic Chopin, por ser uma mulher e para tornar-se uma escritora e ser aceita como tal precisou vestir-se e comportar-se como um homem, chamada de George Sand, pois para mulheres certa atividades eram proibidas Por essa època (na idade Mèdia) estes fatos eram atè muito comuns. AS dècadas e os anos foram passando e chegamos, digamos, ao nascedouro da modernidadde, A Revoluçâo Francesa e a consolidaçâo da Europa e das Amèricas. A partir das Revoluçôes Francesa e Industrial o mundo começou a tornar-se menor. A Ciência e a Medicina jà haviam tido sua revoluçâo (sèculo XVII) e muito se desenvolveram a partir de entâo influenciando muito as idèias a partir de entâo.

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