quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Sexo e Sexualidade

Salve Caríssimos!!!



Neste texto abordarei questões de sexo, sexualidade e gênero . Já abordei o assunto aqui algumas vezes, em especial no post ABC das Identidades, porém, tentarei agora o fazer com maior esclarecimento do assunto, procurando demonstrar como se elaborou e ainda se processa a definição de sexo, sexualidade e orientação sexual, como se dá a apreensão dos fenômenos relativos à sexualidade e seu desenvolvimento histórico no Ocidente, assim como, a formação dos papéis sexuais em nossa sociedade, ou seja, a construção e o desenvolvimento da ideia de gênero . Porém, antes de falarmos do sexo, vamos primeiro esclarecer alguns conceitos que o embasam.

Sexo (o atributo físico, não o ato), para a Ciência, é um conjunto de características anatomica-bio-fisiológicas que são diferentes em homens e mulheres, nos diferenciando e nos definindo em macho e fêmea, ou homem e mulher e que nos habilitam, principalmente, para a reprodução. Assim, teríamos características, tidas como primárias, tais como o aparelho genital, conjuntamente com ovários e útero nas mulheres e pênis e testículos nos homens e também as secundárias, tais como as hormonais. Por incrível que pareça, a ideia de sexo biológico, como fator diferenciador de homens e mulheres é recente na história da humanidade, datando do século XVII e XVIII. Este pensamento surgiu a partir das descobertas científicas no campo da medicina, após a revolução científica, por meio dos estudos de anatomia, através da dissecação de cadáveres. Assim, o corpo de homens e mulheres começou a “ser construído”, “diferenciado” até chegar aos dias de hoje, mais ou menos como o entendemos hoje, já que antes prevalecia a explicação bíblica e adâmica, explicada no Gênesis, onde Deus teria feito o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, lá no velho testamento no livro da Bíblia. Acontece que, os cientistas, lá da Revolução Científica, não exatamente viram nisso novas descobertas. Pelo contrário, seu “olhar científico”, “neutro e objetivo” vislumbrou aquele corpo, com um olhar carregado por uma cultura que colocava homens e mulheres em posições antagônicas e diferentes, reforçando a milenar e histórica relação assimétrica de poder entre os sexos. Potencializada pelo olhar das culturas cristâ ocidental, muçulmana e israelita, ainda muito presentes na nascente cultura ocidental moderna, e já presente nas culturas romana e grega, um certo olhar religioso. Assim, passaram a compreender homens e mulheres através de uma relação de poder entre os dois, com os homens numa supremacia garantida pelo olhar cultural da história do homem até então. Ao se dissecarem os corpos de homens e mulheres os “cientistas” de então apreenderam os corpos de homens carregados por um certo poder e supremacia sobre o corpo da fêmea, tendo o pênis fálico do corpo do homem um certo poder sobre a vagina feminina. A preferência sexual de homens e mulheres, sua orientação sexual, sempre foi diversificada, mas ao mesmo tempo, preconceituadamente restrita á relação heterossexual, entre homens e mulheres, influenciada por uma ideia principalmente religiosa e cultural. Após isso, com o desenvolvimento da ciência, da medicina moderna, a ideia de gênero sexual, num desenvolvimento da questão social, comportamental de sexo começou a se orquestrada e construída, principalmente com o surgimento da psicanálise, ou psiquiatria, com Freud e outros no final do século XIX e início do século XX, os ditos cientistas de então se valeram da mitologia grega para cunhar e identificar termos e conceitos ligados á sexualidade humana. Exemplo disso é o termo uranismo, de Uano, o deus-céu, construído e idealizado por um ativista alemão chamado de Ulrichs no ano de 1864, para designar um sujeito masculino som psique feminina, emprestado da mitologia grega para designar homens que sentem-se atraídos por indivíduos do mesmo sexo ou gênero social, comportamental, O termo ajudou a construir o conceito de transgênero e transexualidade, no século XX e que ainda são vigentes.