Salve
Caríssimos!!!
Neste
texto abordarei questões de sexo, sexualidade e gênero . Já
abordei o assunto aqui algumas vezes, em especial no post ABC das
Identidades, porém, tentarei agora o fazer com maior esclarecimento
do assunto, procurando demonstrar como se elaborou e ainda se
processa a definição de sexo, sexualidade e orientação sexual,
como se dá a apreensão dos fenômenos relativos à sexualidade e
seu desenvolvimento histórico no Ocidente, assim como, a formação
dos papéis sexuais em nossa sociedade, ou seja, a construção e o
desenvolvimento da ideia de gênero . Porém,
antes de falarmos do sexo, vamos primeiro esclarecer alguns conceitos
que o embasam.
Sexo
(o atributo físico, não o ato), para a Ciência, é um conjunto de
características anatomica-bio-fisiológicas que são diferentes em
homens e mulheres, nos diferenciando e nos definindo em macho e
fêmea, ou homem e mulher e que nos habilitam, principalmente, para a
reprodução. Assim, teríamos características, tidas como
primárias, tais como o aparelho genital, conjuntamente com ovários
e útero nas mulheres e pênis e testículos nos homens e também as
secundárias, tais como as hormonais. Por incrível que pareça, a
ideia de sexo biológico, como fator diferenciador de homens e
mulheres é recente na história da humanidade, datando do século
XVII e XVIII. Este pensamento surgiu a partir das descobertas
científicas no campo da medicina, após a revolução científica,
por meio dos estudos de anatomia, através da dissecação de
cadáveres. Assim, o corpo de homens e mulheres começou a “ser
construído”, “diferenciado” até chegar aos dias de hoje, mais
ou menos como o entendemos hoje, já que antes prevalecia a
explicação bíblica e adâmica, explicada no Gênesis, onde Deus
teria feito o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, lá no
velho testamento no livro da Bíblia. Acontece que, os cientistas, lá
da Revolução Científica, não exatamente viram nisso novas
descobertas. Pelo contrário, seu “olhar científico”, “neutro
e objetivo” vislumbrou aquele corpo, com um olhar carregado por uma
cultura que colocava homens e mulheres em posições antagônicas e
diferentes, reforçando a milenar e histórica relação assimétrica
de poder entre os sexos. Potencializada pelo olhar das culturas
cristâ ocidental, muçulmana e israelita, ainda muito presentes na
nascente cultura ocidental moderna, e já presente nas culturas
romana e grega, um certo olhar religioso. Assim, passaram a
compreender homens e mulheres através de uma relação de poder
entre os dois, com os homens numa supremacia garantida pelo olhar
cultural da história do homem até então. Ao se dissecarem os
corpos de homens e mulheres os “cientistas” de então apreenderam
os corpos de homens carregados por um certo poder e supremacia sobre
o corpo da fêmea, tendo o pênis fálico do corpo do homem um certo
poder sobre a vagina feminina. A preferência sexual de homens e
mulheres, sua orientação sexual, sempre foi diversificada, mas ao
mesmo tempo, preconceituadamente restrita á relação heterossexual,
entre homens e mulheres, influenciada por uma ideia principalmente
religiosa e cultural. Após isso, com o desenvolvimento da ciência,
da medicina moderna, a ideia de gênero sexual, num desenvolvimento
da questão social, comportamental de sexo começou a se orquestrada
e construída, principalmente com o surgimento da psicanálise, ou
psiquiatria, com Freud e outros no final do século XIX e início do
século XX, os ditos cientistas de então se valeram da mitologia
grega para cunhar e identificar termos e conceitos ligados á
sexualidade humana. Exemplo disso é o termo uranismo, de Uano, o
deus-céu, construído e idealizado por um ativista alemão chamado
de Ulrichs no ano de 1864, para designar um sujeito masculino som
psique feminina, emprestado da mitologia grega para designar homens
que sentem-se atraídos por indivíduos do mesmo sexo ou gênero
social, comportamental, O termo ajudou a construir o conceito de
transgênero e transexualidade, no século XX e que ainda são
vigentes.